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23 de Abril de 2024

O alto preço do comodismo

Publicado por ADVOCACIA DIGITAL
há 5 anos

Todo mundo almeja progredir em sua carreira, correto? Todos nós desejamos ganhar cada vez mais, ter mais responsabilidades, mais reconhecimento por nosso trabalho realizado, enfim... Esses são os princípios por trás de quase todas as teorias motivacionais existentes.

Como gestores treinados nos princípios acadêmicos, partimos do pressuposto de que todos os nossos colaboradores sonham com um plano de carreira, de um dia poder chegar ao topo da pirâmide organizacional. Entretanto, como eu sempre digo, pessoas são imprevisíveis, e como tal, nem todas se enquadram dentro do que nós julgamos ser o melhor para elas.

Como já dizia o personagem cinematográfico Tio Ben ao aconselhar o seu sobrinho Peter Parker, em uma das frases mais conhecidas da história do cinema (ou pelo menos para os amantes dos filmes da Marvel): “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. O que o sábio Tio Ben já entendia, e que seu sobrinho veio a descobrir mais tarde, é que nem todas as pessoas cobiçam ter grandes responsabilidades.

Ficar em uma posição por estar bem – ou por supor que está bem - numa determinada situação, é o que costumamos chamar de comodismo. O comodismo não é algo novo, o filósofo alemão Max Weber, em 1905, escreveu em seu livro A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, uma passagem que bem exemplifica o raciocínio do povo que vivia naquela época.

"[...] o povo só trabalha porque é pobre, e enquanto for pobre. Se o indivíduo tiver que trabalhar mais para poder ganhar mais, ele prefere trabalhar o mesmo tanto para continuar ganhando aquilo que ele já ganhava. Ou seja, a pessoa vai procurar trabalhar o mínimo possível para garantir o seu bom sustento e ter como comer e dormir [...]”.

Ao ler o trecho citado, me lembrei de uma antiga história contada por um professor nos tempos de faculdade. Ele, que gerenciava a área de Recursos Humanos de uma grande empresa, percebeu que havia uma funcionária que trabalhava no setor de fotocópias com um grande potencial. Era comunicativa, extrovertida, compromissada, estava cursando uma faculdade, ou seja, ela merecia algo melhor.

Encantado com as habilidades da funcionária, ele a convidou para trabalhar em outro setor, um lugar onde ela teria um plano de carreira, um salário melhor, mais reconhecimento, mas como não poderia deixar de ser, também teria mais responsabilidades.

A tal moça imediatamente aceitou, e, por duas semanas, executou prontamente o seu serviço. Na terceira semana a surpresa. A promissora funcionária estava solicitando voltar ao setor de fotocópias, alegava estar infeliz com o seu atual trabalho, não queria tantas responsabilidades, preferia a boa e velha rotina que só o antigo serviço poderia lhe proporcionar. E o salário? Bem, ele já era o suficiente para pagar suas contas...

Meu professor argumentou, tentou convencer, explicar, teorizar, mas de nada adiantou, sabia que se fosse contra a vontade da funcionária as coisas poderiam ficar piores dali a pouco tempo. Desse modo, a próspera funcionária voltou para suas funções no xerox da empresa, lugar onde permaneceu durante anos.

Mas afinal, qual é a o preço do comodismo?

De uma forma bem simples, é perder a chance de desfrutar uma vida melhor. Quem se acomoda com a situação em que vive, sabendo que tinha totais condições de melhorá-la, está pagando um preço muito caro pelo comodismo, e, mais cedo ou mais tarde, vai ter que arcar com as consequências. E aí já poderá ser tarde demais.

Não deixe que isso aconteça! Não pague o preço do comodismo. Não podemos nos dar ao luxo de não aproveitar o valor das oportunidades enquanto elas estiverem disponíveis.

Não seja uma pessoa arrependida do que não fez, que fica remoendo o passado, mas sim uma pessoa responsável por construir o seu futuro. Brilhante, como deve ser. Aliás, como tem que ser.

(Por: Diego Andreasi)

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15 Comentários

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Talvez a funcionária da xerox não estava feliz com o novo cargo e o salário!

Supomos que o salário no novo cargo não era lá grande coisa, mas o nível de responsabilidade que a mesma deveria ter seria muito grande, ou seja, comparado com salário anterior e a responsabilidade de apenas tirar cópias não mudaria muita coisa.

Os empregadores fazem muito isso, oferecem um "novo cargo", com um salário um pouco maior, porém com tarefas dez vezes a mais, aparentando NOVAS RESPONSABILIDADES - uma forma de explorar ainda mais, e até por vez gerar desvio de função e acumulo de função.

Cito alguns exemplos: Gerente de banco, não ganha mais que os outros funcionários (caixas e atendentes) e tem mais responsabilidades e muitas tarefas.

No serviço público, cargo de chefia em algum setor.... a remuneração não muda muita, porém as tarefas são dez vezes a mais, fora a responsabilidade administrativa, cível e criminal.

No entanto, se no novo cargo o salário for bem mais superior ao anterior e, o nível de responsabilidade e tarefas estão em harmonia, não vejo problema algum aceitar.

Já vi muita gente querer muito um novo cargo de chefia ou gerência e depois se arrepender, haja vista que a qualidade de vida cai muito por conta das preocupações - isso adoece pessoas. continuar lendo

Concordo com seus comentário Evandro! Por exemplo, de que adianta ocupar um cargo de destaque e grande responsabilidade, se você não tem qualidade de vida, adoece, tem depressão, vive a base de remédios.....para que? Para mostrar a sociedade um "status"...? Para viver insatisfeito da vida...? continuar lendo

Excelentes ponderações! Todos temos a incumbência de descobrir qual o sentido de nossas vidas, ou seja, o que nos faz realmente felizes e completos.

Há pessoas que encontram isso por meio da ascensão social, econômica ou até mesmo pelo reconhecimento, mas estes são apenas alguns dos caminhos e não todos.

O trabalho pode ser apenas "trabalho", aquela atividade da qual você depende para sua subsistência, ou pode significar tudo pra você, varia conforme o ponto de vista. continuar lendo

Ou não, era só alguém acomodado mesmo, como o texto prega e é tão bem verdade.

Desde a época do ensino médio passei a observar como algumas pessoas foram enveredando pela vida. Creio que metade tenha e ainda esteja em ascendência na vida, buscando melhorar. Mas outros, eu vejo que vivem na corda bamba, muitas vezes vivendo em um emprego que pode perder a qualquer momento, com filhos e esposo (a), não concluiram apenas o TCC do curso superior, vivem em relacionamentos que só os afundam, e de lá não saem. continuar lendo

Ótimo texto! continuar lendo

Ótimo artigo, motivador.. Estava precisando no dia de hoje! Obrigada. continuar lendo

ótimas palavras!
Grata! continuar lendo